Procedimentos Básicos

O conjunto de ferramentas diagnósticas e terapêuticas de um médico deve incluir uma variedade de procedimentos básicos que possam ser realizados em ambulatório. Estes procedimentos incluem a intervenção de emergência da via aérea; a drenagem de fluido do abdómen, articulações e canal espinhal; e a incisão e drenagem de abcessos. Embora estes procedimentos possam ser de reduzida complexidade, existem ainda assim riscos inerentes aos procedimentos invasivos, e estes riscos devem ser reduzidos através de técnicas asséticas e procedimentos consistentes.

Last updated: Dec 15, 2025

Editorial responsibility: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

Cricotiroidotomia/Traqueostomia

Definições

  • Cricotiroidotomia: criação cirúrgica de uma abertura artificial na membrana cricotiroideia
  • Traqueotomia: criação cirúrgica de uma abertura artificial na parede anterior da traqueia
    • Usada como sinónimo do termo traqueostomia
    • Tecnicamente a traqueotomia refere-se a uma incisão na traqueia, enquanto que a traqueostomia refere-se à colocação de uma cânula nessa abertura.

Objetivo terapêutico

Obtenção de uma via aérea segura:

  • Geralmente, quando a faringe e a laringe precisam de ser contornadas (e.g., obstrução)
  • Para facilitar o acesso às vias aéreas inferiores para aspiração brônquica, no caso da traqueostomia

Indicações

Cricotiroidotomia (cuidados ao doente crítico):

  • Trauma maxilofacial
  • Fraturas faciais

Traqueostomia:

  • Emergente:
    • Obstrução aguda (falência da intubação endotraqueal)
    • Trauma laríngeo
    • Pós-cricotiroidotomia
  • Crónica:
    • Obstrução funcional das vias aéreas superiores (e.g., carcinoma da laringe)
    • Suporte ventilatório de longa duração
    • Aspiração crónica

Contraindicações

Absolutas:

  • Via aérea não cirúrgica intacta
  • Obstrução subglótica
  • Fratura da cartilagem tiroide/cricoide
  • Indivíduo < 8 anos

Relativas:

  • Edema Edema Edema is a condition in which excess serous fluid accumulates in the body cavity or interstitial space of connective tissues. Edema is a symptom observed in several medical conditions. It can be categorized into 2 types, namely, peripheral (in the extremities) and internal (in an organ or body cavity). Edema exuberante do pescoço ou hematoma Hematoma A collection of blood outside the blood vessels. Hematoma can be localized in an organ, space, or tissue. Intussusception
  • Trauma cervical

Procedimento

Ambos os procedimentos podem ser realizados à cabeceira do doente; no entanto, é preferível que as traqueotomias sejam realizadas num centro cirúrgico.

Preparação pré-operatória:

  • Numa cricotiroidotomia de emergência, algumas das etapas abaixo podem ser omitidas.
  • Explicar o procedimento ao indivíduo e obter o consentimento informado, se possível.
  • Colocar o indivíduo em decúbito dorsal, com o pescoço estendido, salvo contraindicação, com o queixo alinhado com a linha média.
  • Administrar antibióticos pré-operatórios, pelo menos 30 minutos antes da incisão, se possível.
  • Se possível, sedar e intubar o indivíduo.
  • Identificar as cartilagens tiroide e cricoide.
  • Planear a orientação da incisão.
  • Lavar o local da incisão com uma solução antissética e cobri-la com campos estéreis.
  • Monitorização contínua:
    • Frequência cardíaca
    • Tensão arterial
    • Saturação de oxigénio
    • Monitor de ritmo com ECG ECG An electrocardiogram (ECG) is a graphic representation of the electrical activity of the heart plotted against time. Adhesive electrodes are affixed to the skin surface allowing measurement of cardiac impulses from many angles. The ECG provides 3-dimensional information about the conduction system of the heart, the myocardium, and other cardiac structures. Electrocardiogram (ECG)
  • No serviço de urgência ou na sala de cirurgia, o operador deve usar EPIs adequados.

Cricotiroidotomia:

  1. O anestésico local (lidocaína a 1%) é infiltrado no local proposto para incisão.
  2. A cartilagem tiroideia é imobilizada com a mão não dominante e a pele é mantida sob tensão sobre a membrana cricotiroideia.
  3. É realizada uma incisão vertical de 3 cm na linha média, sobre a membrana cricotiroideia. A incisão horizontal é geralmente evitada pois, em situações de emergência, a incisão pode estender-se demasiado, lateralmente, e as veias jugulares podem ser lesadas.
  4. A retração manual das bordas da incisão é realizada com a mão não dominante.
  5. O tecido subcutâneo e a musculatura tranversal são dissecados na linha média para expor a cartilagem tiroide e cricoide e a membrana cricotiroideia.
  6. É realizada uma incisão baixa, de 1 a 2 cm, na membrana cricotiroideia.
    • A incisão é realizada o mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome baixo possível para evitar danos nas cordas vocais.
    • Nota: Assim que se chegar à via aérea, ficar atento à expectoração e às secreções quando o indivíduo tentar expirar.
  7. Assim que a incisão é realizada, o cabo do bisturi é introduzido na incisão e torcido 90 graus para expandir a incisão.
    • O dedo indicador, da mão não dominante, é usado para manter a incisão aberta enquanto o bisturi é girado.
    • O bisturi é mantido na abertura para manter a permeabilidade e facilitar a passagem de uma cânula.
  8. É inserido um tubo endotraqueal ou de traqueostomia na via aérea, através da incisão, usando o cabo do bisturi como afastador e guia.
  9. O balão do tubo é insuflado.

Traqueostomia (técnica do tipo Seldinger):

  1. É realizada uma incisão na linha média:
    • Horizontal: 1 cm abaixo da cartilagem cricoide
    • Vertical: a partir da face inferior da cartilagem cricoide, estendendo-se 2-3 cm caudalmente
  2. O tecido subcutâneo e os músculos transversais, ao longo da linha média, são dissecados para expor a traqueia e a glândula tiroide.
  3. O istmo da tiroide é retraído ou dividido.
  4. É realizada uma incisão entre o 2º e o 3º anel traqueais e a mesma é dilatada.
    • O cirurgião deve comunicar com o anestesiologista antes de aceder à via aérea.
    • O tubo endotraqueal existente será manipulado para permitir a passagem do tubo de traqueostomia.
  5. O tubo endotraqueal é elevado logo acima da traqueotomia.
  6. O tubo de traqueostomia é colocado através da abertura na traqueia e o balão é insuflado.
  7. O tubo é conectado ao ventilador mecânico.

Logo após a proteção da via aérea:

  • O tubo endotraqueal é extraído, se estiver presente, e o tubo de traqueostomia é fixado com suturas.
  • A ambu é conectado ao tubo e o indivíduo é ventilado com 100% de O2.
  • Ambos os lados são auscultados para garantir a colocação do tubo acima da carina.
  • Deve ser solicitada uma gasometria arterial e uma radiografia de tórax.

Complicações

  • Hemorragia intra e pós-operatória
  • Colocação inadequada com asfixia
  • Descanulação acidental:
    • Os indivíduos com alteração do estado mental (e.g., delírio) estão em risco.
    • Podem ser usadas contenções temporárias durante o procedimento.
  • Obstrução do tubo
  • Fístula traqueoesofágica
  • Deslocamento do tubo de traqueostomia
  • Estenose traqueal
  • Pneumotórax/pneumomediastino (raro)

Paracentese

Definição

  • Evacuação de fluido de dentro da cavidade peritoneal, através de uma agulha e/ou cateter para fins diagnósticos e/ou terapêuticos
  • Também conhecida como drenagem abdominal

Objetivos terapêuticos

  • Diagnóstico do processo patológico causador da acumulação de líquido peritoneal
  • Alívio temporário dos sintomas causados pela ascite tensa ou crónica:
    • Respiratórios (e.g., dispneia)
    • GI (e.g., diarreia, saciedade precoce)

Indicações

  • Ascite de início recente
  • Suspeita de ascite maligna
  • Suspeita de infeção intra-abdominal

Contraindicações

Absolutas:

  • Abdómen agudo
  • CID

Relativas:

  • Obstrução intestinal em curso ou distensão intestinal grave
  • Cirurgia abdominal prévia (pela probabilidade de aderências)
  • Indivíduos anticoagulados, sem evidência de CID
  • Grávidas: requer orientação por ecografia

Procedimento

Devido à sua simplicidade, o procedimento pode ser realizado à cabeceira do doente.

Marcos da anatomia de superfície:

  • Umbigo
  • Espinha ilíaca ântero-superior

Preparação pré-operatória:

  • Explicar o procedimento ao indivíduo e obter o consentimento informado.
  • Colocar o indivíduo em decúbito dorsal ou lateral.
  • Selecionar e marcar o local para punção:
    • Abordagem infraumbilical: 2 cm abaixo do umbigo
    • Abordagem lateral: ponto entre o 1/3 lateral e o 1/3 médio de uma linha imaginária traçada entre o umbigo e a espinha ilíaca ântero-superior
      • Lateral ao músculo reto abdominal
      • 2–4 cm superomedial à espinha ilíaca ântero-superior
    • Evitar cicatrizes cirúrgicas, pois podem existir aderências em baixo da cavidade peritoneal, aumentando o risco de lesão intestinal
  • Lavar o local da incisão com solução antissética (iodopovidona ou clorexidina) e cobrir o mesmo com campos estéreis.
  • Monitorização contínua:
    • Frequência cardíaca
    • Tensão arterial
  • Descompressão do estômago com sonda nasogástrica, se necessário.
  • Descompressão da bexiga com cateter de Foley, se necessário.

Técnica:

  1. O anestésico local (lidocaína a 1%) é infiltrado no local proposto para punção.
  2. A agulha (calibre 18 a 22) é inserida no local escolhido, perpendicularmente à pele (ou a um ângulo de 45 graus).
  3. A pele é mantida sob tensão e a agulha é avançada até atingir a cavidade peritoneal.
    • Durante o avanço, é aplicada sucção intermitente.
    • O refluxo de fluido na seringa confirma a entrada na cavidade.
  4. São colhidos 20–50 mL de fluido para análise.
  5. Se a paracentese continuar, para fins terapêuticos, a agulha é conectada ao tubo IV e aos frascos de vácuo ou a uma seringa para aspiração sequencial.
  6. A drenagem, geralmente, é suspensa quando são colhidos 5L de fluido. (A paracentese de grande volume foi associada a hipotensão.)
  7. A agulha é extraída e o local da punção é coberto com uma gaze estéril. (Se o local da punção continuar a vazar após 5 minutos de pressão, este deve ser suturado).

Após o procedimento:

  • Os sinais vitais devem ser monitorizados por 1 hora após a punção.
  • Os indivíduos devem poder retomar as atividades normais imediatamente.

Complicações (raras)

  • Perfuração de víscera oca OCA Primary Biliary Cholangitis
  • Lacerações de grandes vasos
  • Hematoma Hematoma A collection of blood outside the blood vessels. Hematoma can be localized in an organ, space, or tissue. Intussusception no local da punção
  • Infeção
  • Extravasamento de líquido ascítico
  • Hipotensão
  • Perfuração da bexiga

Incisão e Drenagem de Abcessos Superficiais

Definição

  • A incisão e drenagem (I&D) é o tratamento primário das infeções superficiais da pele, englobando o procedimento de incisão e drenagem de uma coleção superficial de material purulento para o tratamento da lesão.
  • Refere-se a abcessos encontrados principalmente na pele/estruturas da pele

Objetivos terapêuticos

  • Eliminação do foco infecioso
  • Redução da resposta inflamatória
  • Restauração da anatomia normal

Indicações

  • Na maioria dos indivíduos com abcessos subcutâneos:
    • Os antibióticos, por si só, não permitem a resolução completa do quadro.
    • A incisão e a drenagem do conteúdo do abcesso facilita a remoção do material purulento, reduz o edema Edema Edema is a condition in which excess serous fluid accumulates in the body cavity or interstitial space of connective tissues. Edema is a symptom observed in several medical conditions. It can be categorized into 2 types, namely, peripheral (in the extremities) and internal (in an organ or body cavity). Edema e a dor.
  • Lembrar: Abcessos perirretais e periareolares requerem consulta prévia da cirurgia geral devido ao risco elevado de formação de fístula.

Contraindicações

  • Abcesso grande ou profundo
  • Massa pulsátil próxima ao abcesso
  • Proximidade a vasos ou nervos importantes
  • Presença de corpo estranho

Procedimento

Devido à sua simplicidade, o procedimento pode ser realizado à cabeceira do doente ou em ambulatório.

Preparação pré-operatória:

  • Explicar o procedimento ao indivíduo e obter o consentimento informado.
  • Verificar a imunização contra o tétano.
  • Identificar o local do abcesso e marcar a incisão.
  • Lavar a pele com uma solução antissética e cobrir com campos estéreis.
  • O operador deve usar EPIs adequados.

Técnica:

  1. O anestésico local (lidocaína a 1%) é infiltrado no local proposto para a incisão.
  2. É realizada uma incisão diretamente no centro do abcesso.
    • A incisão é realizada paralelamente às linhas de tensão da pele.
    • Pode ser usada uma pinça hemostática curva para disseção romba.
  3. Assim que o abcesso é perfurado, deve exteriorizar-se imediatamente material purulento.
    • Devem ser imediatamente colocados campos estéreis ou gazes sob a incisão para colher o material à medida que ele se exterioriza.
    • Alguns abcessos podem ter quantidades tão grandes de material que pode ser necessária uma bandeja para o colher.
  4. Usando as duas mãos, o operador pressiona as bordas do abcesso para forçar o seu conteúdo para o exterior.
    • Este passo deve ser realizado com muito cuidado para evitar que o pus saia da incisão.
    • Os limites do abcesso podem ser explorados com pinças hemostáticas curvas ou um dedo enluvado.
  5. Após a evacuação completa do abcesso, a ferida deve ser generosamente irrigada com soro fisiológico.
  6. O tamponamento apenas é necessário em abcessos com > 5 cm de diâmetro.
  7. A incisão é coberta com uma gaze estéril e adesivo.
  8. O encerramento é por segunda intenção.

Cuidados pós-operatórios:

  • Visita de follow-up em 2 a 3 dias para remoção do curativo
  • São prescritos antibióticos por até 7 dias (antiestreptocócicos/antiestafilocócicos).

Complicações

  • Infeção no local cirúrgico
  • Dor no local da incisão
  • Hemorragia
  • Celulite em redor do local da incisão

Punção Lombar

Definição

  • Remoção de LCR do canal espinhal através de uma agulha espinhal, para fins diagnósticos ou terapêuticos
  • Também conhecida como drenagem lombar

Indicações

  • Diagnóstico de:
    • Suspeita de infeção do SNC (e.g., meningite)
    • Condições inflamatórias:
      • Síndrome de Guillain-Barré
      • Esclerose múltipla
    • Hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebral)
    • Hidrocefalia de pressão normal
    • Convulsões de início recente
    • Cerebrite por lúpus eritematoso sistémico (LES)
  • Tratamento:

Contraindicações

Absolutas:

  • Infeção cutânea local
  • Aumento da pressão intracraniana
  • Massa supratentorial
  • Coagulopatia grave
  • Instabilidade hemodinâmica

Procedimento

Preparação pré-operatória:

  • Explicar o procedimento ao indivíduo e obter o consentimento informado.
  • Colocar o indivíduo em decúbito lateral esquerdo ou direito.
    • Instruir o indivíduo a puxar os joelhos até a barriga e a cabeça em direção ao peito (“enrolar-se numa bola”) com as costas próximas ao limite da cama.
  • Identificar e marcar o local da punção:
    • Traçar uma linha imaginária entre as cristas ilíacas.
    • A linha imaginária cruza o processo espinhoso de L4.
    • Identificar o espaço entre L2–L3, L4–L5 ou L5– S1 S1 Heart Sounds para punção.
  • Lavar o local da punção com uma solução antissética e cobrir com campos estéreis.
  • O operador deve usar EPIs adequados.

Técnica:

  1. O anestésico local (lidocaína a 1%) é infiltrado, formando uma pápula em redor do local proposto para punção.
  2. Inserir cuidadosamente uma agulha espinhal de calibre 20 ou 22 através da pele, alinhada com a linha média.
    • A agulha é guiada com o polegar e o indicador não dominantes.
    • A ponta da agulha deve ficar voltada para cima.
  3. Avançar a agulha até atingir o canal medular.
    • Ocorre uma sensação de “ressalto” e uma queda na resistência quando a agulha perfura a dura-máter.
    • Se for encontrado osso, a agulha pode ser ligeiramente retirada e avançada numa trajetória um pouco diferente.
  4. Remover o estilete para verificar a saída de LCR.
    • A entrada no canal espinhal é confirmada pelo fluxo de LCR através da agulha.
  5. Pode ser usado um barómetro para medir a pressão de abertura do LCR.
  6. Colher 2–3 mL de LCR em 3 tubos para análise.
    • Se o fluido estiver sanguinolento após as primeiras gotas (conhecido como punção traumática), a agulha é retirada e a punção é tentada noutro local.
    • A persistência de sangramento em ≥ 2 locais levanta a suspeita de hemorragia subaracnoideia.
  7. Assim que todo o fluido tenha sido colhido, a agulha é tapada com o estilete e retirada.

Cuidados pós-procedimento :

  • O indivíduo deverá ficar em observação por pelo menos 6 horas.
  • Elevar o apoio de cabeça em 30 graus para evitar a dor de cabeça pós-punção.

Complicações

  • Cefaleia pós-punção
  • Punção lombar traumática (hemorragia)
  • Herniação cerebral
  • Hematoma Hematoma A collection of blood outside the blood vessels. Hematoma can be localized in an organ, space, or tissue. Intussusception espinhal epidural ou subdural
  • Hérnia de disco
  • Aspiração e lesão de raiz nervosa
  • Meningite

Artrocentese

Definição

  • Aspiração de líquido sinovial diretamente de uma articulação para fins diagnósticos e/ou terapêuticos
  • Pode ser realizada, potencialmente, em qualquer articulação sinovial

Indicações

  • Análise de derrame articular e determinação da sua etiologia:
    • Artrite sética
    • Artrite assética
    • Gota
  • Remoção de fluido sético da articulação

Contraindicações

  • Celulite ou danos na pele sobre a articulação
  • Anticoagulação ou coagulopatia grave
  • Mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome de 3 injeções numa articulação de sustentação do peso, nos últimos 12 meses
  • Articulações instáveis
  • Dificuldade no acesso às articulações por parte dos médicos dos cuidados primários (e.g., articulação do quadril, articulação sacroilíaca)
    • Aspirações de articulações mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome profundas devem ser realizadas por operadores qualificados.
    • Pode ser usada orientação por ecografia ou por fluoroscopia.
  • Prótese articular

Procedimento

Preparação pré-operatória:

  • Explicar o procedimento ao indivíduo e obter o consentimento informado.
  • Colocar o indivíduo na melhor posição para a articulação em questão. Por exemplo:
    • A artrocentese do joelho requer que o indivíduo seja colocado em decúbito dorsal ou sentado com o joelho dobrado a um ângulo de 45 graus.
    • A artrocentese da articulação coxofemoral requer que o indivíduo seja colocado em decúbito lateral (lado afetado para cima) ou em decúbito dorsal.
  • O local da punção é selecionado palpando os pontos de referência em redor ou usando orientação por ecografia.
    • Devem ser evitados tendões, grandes vasos sanguíneos e nervos.
    • A trajetória da agulha pode ser visualizada em tempo real com o uso de ultrassonografia.
  • Lavar o local da punção com uma solução antissética e cobri-la com campos estéreis.
  • O operador deve usar EPIs adequados.

Técnica:

  1. O anestésico local (lidocaína a 1%) é infiltrado, formando uma pápula em redor do local proposto para a punção.
    • Após a infiltração da pele, os tecidos mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome profundos e as cápsulas articulares são infiltrados com anestésico.
    • A tubuladura pode ser deixada presa à agulha para facilitar as trocas de seringa.
  2. É inserida uma agulha, acoplada a uma seringa de tamanho adequado, no espaço articular, seguindo o trajeto anestesiado (o tamanho da agulha precisa de ser proporcional à articulação em questão).
  3. A entrada no espaço é confirmada pelo fluxo de líquido sinovial na seringa.
  4. O operador deve drenar o máximo de líquido (ou sangue) possível, até que não seja possível retirar mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome.
    • O fluido é colocado em tubos estéreis para análise.
    • Para garantir que a agulha não esteja obstruída por detritos, a agulha pode ser ligeiramente retirada e avançada, ou pode ser girada.
  5. Retirar a agulha e cobrir o local da punção com gaze estéril. Aplicar pressão.
Introdução da Agulha do Portal Anteriolateral

Artrocentese do joelho direito por via infrapatelar lateral

Imagem: “Introduction of the Needle from the Anteriolateral Portal” por Chavez-Chiang CE, Sibbitt WL, Band PA, Chavez-Chiang NR, Delea SL, Bankhurst AD. Licença: CC BY 2.0

Cuidados pós-operatórios:

  • O indivíduo pode retornar às atividades regulares posteriormente.
  • Outras recomendações dependem da situação específica do indivíduo.

Complicações

  • Infeção do tecido ou articulação circundante
  • Hemorragia e hemartrose (sangue na articulação)

Relevância Clínica

As seguintes são complicações da cricotiroidotomia/traqueotomia:

  • Pneumotórax: condição com risco de vida em que o ar AR Aortic regurgitation (AR) is a cardiac condition characterized by the backflow of blood from the aorta to the left ventricle during diastole. Aortic regurgitation is associated with an abnormal aortic valve and/or aortic root stemming from multiple causes, commonly rheumatic heart disease as well as congenital and degenerative valvular disorders. Aortic Regurgitation se acumula no espaço pleural, causando colapso parcial ou total do pulmão. A apresentação cursa com o início súbito de dor torácica aguda, dispneia e diminuição do murmúrio vesicular ao exame físico. A gravidade dos sintomas depende do grau de colapso do pulmão. O diagnóstico é realizado por imagem, embora o pneumotórax hipertensivo seja um diagnóstico clínico. O tratamento baseia-se no tamanho e na estabilidade do indivíduo e pode incluir a descompressão por agulha e a colocação de um dreno torácico (toracostomia).
  • Pneumomediastino: presença de ar AR Aortic regurgitation (AR) is a cardiac condition characterized by the backflow of blood from the aorta to the left ventricle during diastole. Aortic regurgitation is associated with an abnormal aortic valve and/or aortic root stemming from multiple causes, commonly rheumatic heart disease as well as congenital and degenerative valvular disorders. Aortic Regurgitation no mediastino. A apresentação clínica cursa com dispneia, sendo o enfisema subcutâneo um achado comum. O diagnóstico é realizado através de exames de imagem, preferencialmente uma TC torácica. O tratamento pode ser conservador, em indivíduos estáveis, ou cirúrgico, através da descompressão, em casos graves.
  • Fístula traqueoesofágica: comunicação patológica entre a traqueia e o esófago. Os indivíduos podem apresentar distensão gástrica, devido ao extravazamento de ar AR Aortic regurgitation (AR) is a cardiac condition characterized by the backflow of blood from the aorta to the left ventricle during diastole. Aortic regurgitation is associated with an abnormal aortic valve and/or aortic root stemming from multiple causes, commonly rheumatic heart disease as well as congenital and degenerative valvular disorders. Aortic Regurgitation para o esófago, refluxo gástrico frequente e pneumonia Pneumonia Pneumonia or pulmonary inflammation is an acute or chronic inflammation of lung tissue. Causes include infection with bacteria, viruses, or fungi. In more rare cases, pneumonia can also be caused through toxic triggers through inhalation of toxic substances, immunological processes, or in the course of radiotherapy. Pneumonia aspirativa, além de hemoptises. O diagnóstico é realizado através de esofagografia contrastada e o tratamento definitivo é cirúrgico.

As seguintes são complicações da paracentese:

  • Hipotensão: definida como pressão arterial baixa, especificamente < 90/60 mmHg. A hipotensão é mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome frequentemente uma resposta fisiológica. A hipotensão pode ser leve, grave ou com risco de vida, dependendo da causa. Podem ocorrer complicações clinicamente significativas quando a pressão arterial diminui o suficiente para tornar a perfusão dos órgãos cruciais insuficiente. Os estudos diagnósticos e o tratamento dependem da apresentação clínica e das condições subjacentes.

A seguir listam-se as complicações da incisão e drenagem de abcessos superficiais:

  • Infeção do local cirúrgico ( SSI SSI Surgical site infection (SSI) is a type of surgical infection that occurs at or near a surgical incision within 30 days of the procedure or within 90 days if prosthetic material is implanted. Surgical site infections are classified according to the depth of involvement as superficial, deep, or organ/space. Surgical Site Infections, pela sigla em inglês): tipo de infeção cirúrgica que ocorre em ou próximo a uma incisão cirúrgica, dentro de 30 dias após o procedimento ou dentro de 90 dias se for implantado material protésico. Uma SSI SSI Surgical site infection (SSI) is a type of surgical infection that occurs at or near a surgical incision within 30 days of the procedure or within 90 days if prosthetic material is implanted. Surgical site infections are classified according to the depth of involvement as superficial, deep, or organ/space. Surgical Site Infections é classificada de acordo com a profundidade do envolvimento como superficial, profunda ou de acordo com o órgão/espaço. O diagnóstico baseia-se em achados clínicos e pode exigir diagnóstico por imagem. O tratamento envolve antibióticos, bem como drenagem/desbridamento cirúrgico, conforme necessário.
  • Celulite: infeção comum causada por bactérias, acometendo a derme e o tecido subcutâneo da pele. A celulite é frequentemente causada por Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Potentially pathogenic bacteria found in nasal membranes, skin, hair follicles, and perineum of warm-blooded animals. They may cause a wide range of infections and intoxications. Brain Abscess e Streptococcus Streptococcus Streptococcus is one of the two medically important genera of gram-positive cocci, the other being Staphylococcus. Streptococci are identified as different species on blood agar on the basis of their hemolytic pattern and sensitivity to optochin and bacitracin. There are many pathogenic species of streptococci, including S. pyogenes, S. agalactiae, S. pneumoniae, and the viridans streptococci. Streptococcus pyogenes. A apresentação clínica inclui uma área eritematosa e edematosa com calor Calor Inflammation e sensibilidade. Os limites não são claramente delineados. As extremidades inferiores são o local mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome frequente de infeção. O diagnóstico geralmente é clínico e o tratamento envolve antibióticos orais e/ou parentéricos. A cobertura para MRSA MRSA A strain of Staphylococcus aureus that is non-susceptible to the action of methicillin. The mechanism of resistance usually involves modification of normal or the presence of acquired penicillin binding proteins. Staphylococcus pode ser adicionada, dependendo dos fatores de risco.

As seguintes são complicações da punção lombar:

  • Herniação cerebral: deslocamento anormal de estruturas do SNC dentro da abóbada craniana. Entre os tipos de herniação cerebral estão a subfalcina, a transtentorial central, a uncal, a cerebelar e a das amígdalas. A apresentação clínica varia de acordo com o tipo de herniação, mas pode ser tão grave ao ponto cursar com depressão respiratória. O diagnóstico é clínico e o tratamento envolve medidas para diminuir a PIC.
  • Herniação discal: expulsão do núcleo polposo através de uma perfuração no anel fibroso do disco intervertebral. A hérnia de disco é uma síndrome dolorosa importante, com potencial para comprometimento neurológico, e é mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome frequentemente causada por doença degenerativa do disco. A apresentação clínica depende das sequelas neurológicas a jusante e da presença ou ausência de compressão da medula espinhal ou da raiz nervosa. O diagnóstico é inicialmente clínico e pode ser confirmado com imagem (ou seja, RMN). O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo da situação.
  • Meningite: inflamação das meninges Meninges The brain and the spinal cord are enveloped by 3 overlapping layers of connective tissue called the meninges. The layers are, from the most external layer to the most internal layer, the dura mater, arachnoid mater, and pia mater. Between these layers are 3 potential spaces called the epidural, subdural, and subarachnoid spaces. Meninges: Anatomy, as membranas protetoras do cérebro e da medula espinhal. As etiologias são variadas, sendo a mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome comum a infeção bacteriana ou viral. A apresentação clássica da meningite é uma tríade de febre, alteração do estado de consciência e rigidez da nuca. O diagnóstico de meningite é realizado com base na clínica, através de um exame neurológico completo. A análise do LCR é uma importante ferramenta diagnóstica, pois é difícil identificar clinicamente a etiologia exata. O tratamento da meningite inclui a administração imediata de antibióticos de largo espectro e terapêutica de suporte para prevenção de complicações.

Referências

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