Trabalho de Parto Normal e Anormal

O trabalho de parto é um processo fisiológico, definido pela presença de contrações uterinas que induzem a dilatação e extinção do colo do útero, que culmina na expulsão do feto e dos produtos da conceção. O trabalho de parto é composto por 3 estádios: o 1.º estádio começa com o início das contrações regulares, o 2.º estádio inicia-se com a dilatação cervical completa e o 3.º estádio começa imediatamente após a expulsão fetal e termina com a expulsão da placenta. Os principais fatores necessários para a progressão normal do trabalho de parto são os três Ps: Power (força = contrações uterinas), Passenger (passageiro = feto) e Passage (passagem = pelve materna). O trabalho de parto pode tornar-se anormalmente prolongado, com necessidade de ser acelerado, normalmente com oxitocina, para prevenir complicações maternas e fetais.

Última atualização: Nov 19, 2025

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

Descrição Geral

Definição: Trabalho de parto normal

O trabalho de parto define-se como contrações uterinas regulares que provocam dilatação e extinção cervical, levando à expulsão do feto e dos produtos de conceção. As características de um trabalho de parto normal incluem:

  • Idade gestacional: ocorre entre a 37.ª e 42.ª semana de idade gestacional (no termo)
  • Início: espontâneo (contrariamente ao trabalho de parto induzido)
  • Progressão: espontânea, sem complicações

Existem ligeiras diferenças no trabalho de parto normal entre primíparas e multíparas (explicitadas abaixo).

  • Primípara: 1.º parto da mulher
  • Multípara: mulher com partos prévios

Monitorização da progressão do trabalho de parto

A progressão do trabalho de parto é monitorizada através de exames cervicais seriados que permitem avaliar a dilatação e extinção cervical, e o plano da apresentação fetal.

  • Dilatação cervical:
    • Medida do diâmetro do canal cervical
    • Descrita em centímetros
    • Dilatação completa: 10 cm
  • Extinção cervical:
    • Estimativa do adelgaçamento cervical
    • Inicialmente, o colo do útero tem > 2 cm → extinção para uma camada fina (extinção completa)
    • Descrita como uma percentagem da progressão
    • Extinção completa: 100% extinto
  • Plano da apresentação fetal:
    • Quão alta (ou baixa) a apresentação fetal está, relativamente às espinhas isquiáticas, na pelve materna.
    • Descrito em centímetros:
      • Números positivos correspondem a uma apresentação fetal mais baixa, próxima do introito vaginal
      • Números negativos correspondem a uma apresentação fetal mais alta na pelve
    • Cabeça fetal no introito: + 3–5 cm
Cervical changes during the first stage of labor

Alterações cervicais durante o 1.º estádio do trabalho de parto: No início do trabalho de parto, o colo uterino geralmente não está dilatado. O 1.º estádio termina quando o colo uterino está completamente dilatado.

Imagem: “2920 Stages of Childbirth-02por OpenStax College. Licença: CC BY 4.0, recortada por Lecturio.

Estádios do trabalho de parto

Existem 3 estádios do trabalho de parto:

  1. 1.º estádio:
    • Começa com o início das contrações uterinas regulares que causam alterações cervicais
    • Termina com a dilatação cervical completa (10 cm)
  2. 2.º estádio:
    • Começa quando o colo do útero atinge a dilatação completa (10 cm)
    • Termina com a expulsão do feto
  3. 3.º estádio:
    • Começa imediatamente após a expulsão do feto
    • Termina com a expulsão da placenta
Progressão através dos 3 estadios do trabalho de parto

Progressão através dos 3 estádios do trabalho de parto

Imagem por Lecturio.

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Os 3 Ps: Power, Passenger e Passage (Força, Passageiro e Passagem)

Para que o trabalho de parto progrida normalmente, são necessárias: contrações uterinas com força adequada e toleráveis para o feto, e o encaixe fetal na pelve materna. Estes requisitos designam-se de 3 Ps: Power (força), Passenger (passageiro) e Passage (passagem).

Power: Contrações uterinas

  • As contrações devem ser suficientemente fortes para dilatar o colo do útero e expulsar o feto
  • Podem ser avaliadas por:
    • Transdutor de pressão externo (tocometria): avalia a frequência e a intensidade das contrações entre si
    • Cateter de pressão intrauterina (IUPC, pela sigla em inglês): avalia a frequência e a intensidade, de forma quantitativa, das contrações uterinas, em unidades de Montevideu (MVUs, pela sigla em inglês)
  • Unidades de Montevideu: soma-se a força de todas as contrações num período de 10 minutos:
    • “Força adequada” para um parto efetivo: ≥ 200 MVUs em 10 minutos
    • A “força inadequada” é uma causa de progressão anormal do trabalho de parto.

Passenger: Feto

São requeridas múltiplas características fetais para que possa haver um parto vaginal seguro. A cabeça fetal deve ser fletida e diretamente alinhada com a coluna materna de forma a encaixar através da pelve materna.

  • Apresentação: baseia-se na “parte fetal apresentada” no colo do útero:
    • Vértice: cabeça para baixo
    • Pelve:
      • Pelve franca: nádegas para baixo, pernas estendidas
      • Pelve completa: nádegas para baixo, pernas fletidas
      • Pelve em modo pés: pés para baixo
    • Face:
      • Mento anterior (MA): o queixo é anterior e ocorre flexão cervical → compatível com parto vaginal
      • Mento posterior (MP): o queixo é posterior, a cabeça não consegue fletir, incompatível com parto vaginal
      • Lembrar: “o MA pode, o MP não pode” resultar em partos vaginais
    • Fronte: testa para baixo com um diâmetro consequentemente grande, incompatível com o parto vaginal
  • Posição: orientação da cabeça fetal em relação à pelve materna na apresentações de vértice:
    • Occiput anterior (OA): o feto está voltado para a coluna materna; facilita o parto
    • Occiput posterior (OP): o feto está voltado para a bexiga materna; dificulta o parto
    • Occiput transverso (OT): a cabeça do feto está de lado (voltada para a anca materna)
      • Normalmente, o feto entra na pelve na posição OT, antes de sofrer rotação interna.
      • Nesta posição, a cabeça fetal não cabe sob o púbis.
  • Tolerância fetal ao trabalho de parto: o feto deve tolerar a isquemia relativa que ocorre durante as contrações uterinas sem ficar acidótico
  • Feto de tamanho normal: o feto deve caber na pelve materna
  • Número de fetos:
    • No caso de feto único ou gémeos, é necessário avaliar as condições para o parto
    • No caso de trigémeos, ou gravidez múltipla em número superior, com fetos viáveis, o parto deve ser por cesariana.
Diâmetros da cabeça fetal

Diâmetros da cabeça fetal:
Apresentação de vértice: diâmetro suboccipitobregmático de aproximadamente 9,5 cm
Apresentação de vértice com a cabeça estendida: diâmetro occipitofrontal de aproximadamente 11,5 cm
Apresentação de sobrancelha: diâmetro supraoccipitomentoniano de aproximadamente 13 cm
Apresentação de face: diâmetro submentobregmático de aproximadamente 9,5 cm

Imagem por Lecturio. Licença: CC BY-NC-SA 4.0

Passage: Pelve

A pelve materna deve ser suficientemente grande para acomodar o feto. Na avaliação inicial, a pelve é classificada como “adequada” ou “inadequada” para uma tentativa do parto.

  • Formas pélvicas: classificada com base na forma da abertura pélvica:
    • Ginecoide: redonda e mais espaçosa → mais facilmente facilita a fotação da cabeça fetal para OA
    • Antropoide: diâmetro anteroposterior maior e mais estreita → mais frequentemente causa a rotação da cabeça para OP
    • Platipeloide: mais larga e estreita → mais comummente faz com que a cabeça se mantenha OT
    • Androide: em forma de coração → a cabeça fetal pode ter dificuldade a encaixar
  • Relevância clínica da forma da pelve:
    • Difícil de determinar ao exame objetivo
    • Nenhuma das formas contraindica a tentativa do parto.
    • A forma ginecoide é a que mais facilita o parto vaginal
    • As formas androide e platipeloide, são as que mais dificultam o parto vaginal
    • Pode contribuir para padrões anormais de parto

1.º Estádio do Trabalho de Parto

Definições

  • Começa com o início das contrações regulares, que resultam em:
    • Alterações cervicais (dilatação e extinção)
    • Descida do feto
  • Termina com a dilatação cervical completa (10 cm) 
  • Dividida em fases latente e ativa
Divisões e duração do primeiro estadio do trabalho de parto

Divisões e duração típica do 1.º estádio do trabalho de parto:
Accel.: aceleração
Decel.: desaceleração
Max: máximo

Imagem por Lecturio.

Fase latente

No final do terceiro trimestre, é comum ocorrem contrações irregulares e episódios de contrações regulares. A fase latente determina o trabalho de parto verdadeiro, pela presença de contrações, regulares e persistentes, que permanecem até ao parto.

  • Dilatação: 0 a 4–6 cm
  • Extinção: variável
    • Primípara: a extinção do colo do útero ocorre antes de haver dilatação significativa
    • Multípara: normalmente, a dilatação precede a extinção significativa
  • Plano da apresentação fetal: alto (< 0)
  • Contrações:
    • Frequência: regular, ≥ 3 por 10 minutos
    • Intensidade: ligeira a moderada
    • A analgesia não é, geralmente, necessária
  • Duração típica:
    • Primípara: < 20 horas
    • Multípara: < 14 horas

Fase ativa

A fase ativa é o período em que as alterações cervicais ocorrem mais rapidamente, levando ao parto.

  • Dilatação: 6–10 cm
    • Primípara: 1,2 cm/hora
    • Multípara: 1,5 cm/hora
  • Extinção: continua a progredir para 100%
  • Plano da apresentação fetal: descida progressiva até, pelo menos, às espinhas isquiáticas (plano 0)
  • Contrações:
    • Frequência: regular, ≥ 3 por 10 minutos
    • Intensidade: forte
    • A anestesia é, frequentemente, necessária.
Tabela: Duração do 1.º estádio do trabalho de parto
Primípara Multípara
Trabalho de parto latente Dura < 20 horas Dura < 14 horas
Trabalho de parto ativo 1,2 cm/hora 1,5 cm/hora
Fase latente: do início das contrações até à dilatação cervical de 4–6 cm
Fase ativa: começa nos 4‒6 cm de dilatação e dura até que haja dilatação cervical completa com 10 cm

Abordagem do trabalho de parto

Abordagem geral:

  • Cuidado continuado e suporte emocional materno
  • Deambulação, em mulheres de baixo risco
  • Hidratação adequada

Avaliação materna:

  • Progressão do trabalho de parto: exames cervicais seriados
  • Contraçao adequada: Avalia a força e a frequência via palpação e/ou monitorização.
  • Sinais vitais
  • Débito urinário

Avaliação fetal:

  • Auscultação intermitente da frequência cardíaca fetal (apenas nas mulheres com baixo risco)
  • Cardiotocografia contínua (maioria das mulheres)
    • Inclui mulheres com qualquer tratamento médico para a dor
    • Inclui a maioria das mulheres com quaisquer complicações médicas ou obstétricas

Anomalias do 1.º estádio do trabalho de parto

Tabela: Diagnóstico e tratamento de anomalias no 1.º estádio do trabalho de parto
Diagnóstico Critérios Tratamento
Prolongamento da fase latente Duração da fase latente anormalmente longa:
  • Primípara: > 20 horas
  • Multípara: > 14 horas
As opções incluem:
  • Hidratação
  • Repouso com analgesia
  • Deambulação
  • Oxitocina
  • Considerar amniotomia
Prolongamento da fase ativa
  • O colo do útero tem ≥ 6 cm e
  • Dilatação < 1 cm durante mais de 2 horas
  • Oxitocina
  • Amniotomia (se não houver já rutura de membranas)
Paragem da fase ativa O colo do útero tem ≥ 6 cm e:
  • Sem alteração cervical durante ≥ 4 horas apesar de contrações adequadas
    or
  • Sem alteração cervical durante ≥ 6 horas independentemente da adequação das contrações
Cesariana
Tabela: Etiologias e tratamento de anomailias do 1.º estádio do trabalho de parto
Etiologia Tratamento
Power (Potência) Potência inadequada: < 200 MVUs medidas com um IUPC Pitocina: para ↑ força das contrações

Passenger (Passageiro)
Apresentação anómala:
  • Pelve
  • Face
  • Sobrancelha
  • Parto por cesariana recomendado se:
    • Pelve
    • Sobrancelha
    • Face: mento posterior
  • Observação:
    • Face: mento anterior
Posição anómala:
  • Occiput posterior
  • Occiput transverso
  • Observação
  • Tentativa de rotação manual
Intolerância fetal ao trabalho de parto / alteração da frequência cardíaca fetal Ressuscitação fetal:
  • Reposicionamento da mãe
  • Oxigénio materno
  • Bólus de fluídos IV maternos
  • ↓ pitocina
  • Amnioinfusão: um bólus de fluídos intrauterino através de um IUPC
Gestações gemelares de ordem elevada Cesariana
Passage (Passagem) Desproporção cefalopélvica: a cabeça fetal não encaixa na pelve materna Cesariana
MVU: unidade de Montevideu
IUPC: catéter de pressão intrauterina

2.º Estádio do Trabalho de Parto

O 2.º estádio do trabalho de parto inicia-se com a dilatação completa do colo do útero e termina com a expulsão fetal.

Movimentos cardinais do trabalho de parto

Os movimentos cardinas do trabalho de parto descrevem o movimento que o feto desenha enquanto se move através da pelve materna. Estes movimentos alinham os maiores diâmertos fetais com o maior diâmetro pélvico (o diâmetro anteroposterior entre o púbis e o sacro).

  • Encravamento: ocorre no 1.º estádio
    • A cabeça fetal atravessa a entrada da pelve
    • A cabeça fetal está na posição OT: a olhar de lado, com a cabeça alinhada com a coluna vertebral
  • Descida: A cabeça fetal desce através da pelve
  • Flexão:
    • Flexão passiva da cabeça fetal (o queixo toca no tórax fetal), à medida que a cabeça é empurrada contra as estruturas ósseas maternas
    • Permite ao feto apresentar o diâmetro mais estreito da cabeça
  • Rotação interna:
    • Rotação da cabeça fetal na direção anterior ou posterior
    • Esta rotação roda a cabeça do feto relativamente à sua própria coluna.
      • Exemplo: a cabeça fetal está voltada para baixo, enquanto o corpo fetal está voltado, principalmente, para o lado.
      • Isto prepara a cabeça fetal para se deslocar sob o púbis, na próxima etapa
  • Extensão: ocorre a extensão da cabeça fetal (o queixo afasta-se do tórax) à medida que esta se desloca sob o púbis e surge no introito vaginal
  • Rotação externa/restituição:
    • A cabeça roda novamente para transverso para se alinhar novamente com a coluna fetal.
    • Permite a expulsão dos ombros, abaixo do púbis
  • Expulsão:
    • Expulsão do resto do corpo fetal, que tem um diâmetro menor do que a cabeça e os ombros fetais
    • Normalmente rápida
Movimentos cardinais do trabalho de parto

Os movimentos cardinais do trabalho de parto

Imagem por Lecturio.

Parâmetros normais

  • Avaliados com a descida da cabeça fetal (plano de apresentação).
  • A duração normal do 2.º estádio depende de:
    • Primípara versus multípara
    • Epidural versus sem epidural
  • O feto deve progredir continuamente durante o 2.º estádio.
Tabela: Parâmetros normais para o 2.º estádio do trabalho de parto
Primípara Multípara
Com epidural 4 horas 3 horas
Sem epidural 3 horas 2 horas

Abordagem

  • Continuar a monitorizar a mãe e o feto, à semelhança do primeiro estádio do trabalho de parto, mas com maior frequência:
    • Sinais vitais
    • Débito urinário
    • Controlo da dor
    • Frequência cardíaca fetal (FCF) e contrações uterinas:
      • Cardiotocografia (traçado da FCF), ou
      • Auscultação intermitente com a palpação das contrações
  • Evitar a postura em decúbito dorsal→ a grávida deve permanecer em decúbito lateral para evitar a compressão da veia cava inferior
  • Esforços expulsivos com cada contração
Tabela: Anomalias e tratamento do 2.º estádio do trabalho de parto
Anomalia Definição Tratamento
Atraso do 2.º estádio Duração fora dos parâmetros normais
  • Observação: considerada se os estados materno e fetal forem tranquilizadores
  • Parto vaginal instrumentado com midforceps se a cabeça estiver encravada e apresentação no plano ≤ +2
  • Cesariana se apresentação no plano < +2
Paragem do 2.º estádio Sem descida durante ≥ 2 horas Cesariana
Distócia de ombros Há expulsão da cabeça fetal, mas os ombros continuam presos sob o púbis → emergência obstétrica: o feto não recebe oxigénio durante este período
  • Flexão das pernas da mãe
  • Pressão suprapúbica: tentativa de libertar o ombro fetal anterior
  • Expulsão do braço posterior
  • Manobras de rotação: tentativa de rodar o ombro fetal para permitir o parto
  • Manobras avançadas adicionais em último recurso

3.º Estádio do Trabalho de Parto

O 3.º estádio do trabalho de parto começa imediatamente após a expulsão fetal e termina com a expulsão completa da placenta.

Apresentação clínica

Os sinais indicativos de que a placenta está pronta para a expulsão, são:

  • Alongamento do cordão umbilical
  • Hemorragia
  • Útero duro e globoso

Abordagem

  • Abordagem ativa:
    • Tração suave, para baixo, no cordão umbilical e contra tração no útero (para evitar a inversão uterina)
    • Injeção de oxitocina intramuscular ou intravenosa
  • Abordagem passiva:
    • Observação até ocorrer a expulsão espontânea da placenta
    • Associada a maiores taxas de hemorragia pós-parto
  • Parâmetros normais:
    • < 30 minutos
    • Normalmente, demora 5 a 10 minutos

3.º estádio do trabalho de parto prolongado

  • Diagnóstico: 3.º estádio > 30 minutos
  • Etiologia:
    • Placentação anormal (por exemplo, placenta acreta)
    • Placenta separada, mas, simultaneamente, retida devido à contração rápida do segmento inferior do útero
  • Tratamento:
    • Exploração manual da cavidade uterina
    • Relaxantes uterinos (se o segmento inferior uterino estiver a impedir a expulsão)
    • Exploração cirúrgica
Placenta humana, poucos minutos após o nascimento

Placenta humana, poucos minutos após o nascimento:
O lado apresentado está voltado para o feto, com o cordão umbilical em cima e à direita. O lado não visível liga-se à parede uterina.

Imagem: “Human placenta baby side” de Habj. Licença: Public Domain

Relevância Clínica

  • Trabalho de parto falso (também conhecido como contrações de Braxton-Hicks): contrações uterinas irregulares ou episódios de contrações regulares na ausência de alterações cervicais. Estas contrações são frequentes e fisiológicas no 3º trimestre, não aumentando em intensidade ou duração. As grávidas devem ser tranquilizadas e aconselhadas relativamente à hidratação, dado que a desidratação foi associada ao trabalho de parto falso.
  • Rutura prematura de membranas: rutura das membranas (córion e âmnios) antes do início do trabalho de parto. Normalmente, as grávidas apresentam um “jato de líquido amniótico” proveniente da vagina, seguido por um gotejamento contínuo. As infeções desenvolvem-se frequentemente, após a rotura prolongada de membranas (> 18 horas). É realizado o exame ao espéculo para visualizar a presença de líquido amniótico acumulado no fornix vaginal posterior. A rutura prematura de membranas pode precipitar o trabalho de parto, mas não é considerada, por si só, trabalho de parto.

Referências

  1. American College of Obstetricians and Gynecologists’ Committee on Clinical Practice Guidelines—Obstetrics. (2024). First and second stage labor management (Clinical Practice Guideline No. 8). American College of Obstetricians and Gynecologists. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/clinical-practice-guideline/articles/2024/01/first-and-second-stage-labor-management
  2. Satin, A. J., Uribe, K. A., Berghella, V., & Chakrabarti, A. (2025). Labor: Overview of normal and abnormal progression. In UpToDate. Wolters Kluwer. Retrieved November 19, 2025, from https://www.uptodate.com/contents/labor-overview-of-normal-and-abnormal-progression
  3. American College of Obstetricians and Gynecologists Committee on Obstetrics (2019). Approaches to limit intervention during labor and birth. Committee opinion 766. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/committee-opinion/articles/2019/02/approaches-to-limit-intervention-during-labor-and-birth 
  4. Ehsanipoor, R.M., Satin, A. (2024). Labor: Diagnosis and management of an abnormal first stage. UpToDate. Retrieved November 19, 2025, from https://www.uptodate.com/contents/labor-diagnosis-and-management-of-an-abnormal-first-stage
  5. Ehsanipoor, R.M., Satin, A. (2024). Labor: Diagnosis and management of a prolonged second stage. UpToDate. Retrieved November 19, 2025, from https://www.uptodate.com/contents/labor-diagnosis-and-management-of-a-prolonged-second-stage
  6. Bernstein, I.M., Coggin-Carr, D. (2025). Assisted (operative) vaginal birth: Overview. UpToDate. Retrieved November 19, 2025, from https://www.uptodate.com/contents/assisted-operative-vaginal-birth-overview

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