Pitiríase Rósea

A pitiríase rósea é uma doença cutânea aguda e autolimitada. A etiologia é desconhecida e ocorre frequentemente em adultos jovens. Inicialmente, os pacientes apresentam uma mancha oval única “em medalhão". Seguem-se lesões ovais difusas, pruriginosas e descamativas sobre o tronco (muitas vezes em distribuição “árvore de Natal” no dorso) e extremidades. O diagnóstico é clínico. Esta patologia é autolimitada, portanto, geralmente não é necessário qualquer tratamento. No entanto, podem ser utilizados corticosteróides tópicos e anti-histamínicos para o prurido, se necessário.

Last updated: Dec 15, 2025

Editorial responsibility: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

Epidemiologia e Etiologia

Epidemiologia

  • Incidência: 0,5% – 2%
  • Sexo feminino > sexo masculino
  • Faixa etária frequente: 15 – 30 anos
  • Variação sazonal: mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome comum no inverno e na primavera (em climas temperados)

Etiologia

  • Idiopática
  • Possivelmente infeciosa; pode estar associada a:
    • HVH (herpes vírus humano)-6
    • HVH-7
    • Influenza Influenza Influenza viruses are members of the Orthomyxoviridae family and the causative organisms of influenza, a highly contagious febrile respiratory disease. There are 3 primary influenza viruses (A, B, and C) and various subtypes, which are classified based on their virulent surface antigens, hemagglutinin (HA) and neuraminidase (NA). Influenza typically presents with a fever, myalgia, headache, and symptoms of an upper respiratory infection. Influenza Viruses/Influenza (H1N1)

Apresentação Clínica

Pródromo

  • Ocorre numa pequena percentagem de pacientes uma semana antes do aparecimento das lesões cutâneas
  • Sintomas:
    • Mal-estar
    • Cefaleia
    • Febre
    • Artralgia
    • Dor de garganta

Erupção cutânea

Primária:

  • Denominada mancha “mãe” ou “em medalhão”
  • Lesão única
  • Redonda ou oval
  • 2 – 5 cm de diâmetro
  • Bordos bem definidos
  • Rosa ou cor de salmão
  • Colarete de escamas:
    • Descamação fina que permanece aderida na zona periférica
    • Descamação com destacamento na zona central da lesão.
    • O centro pode parecer rugoso.
  • Localização:
    • Dorso
    • Tórax
    • Pescoço

Secundária:

  • Ocorre em 1 – 2 semanas após a lesão primária
  • Apresenta as mesmas características da lesão primária, exceto:
    • Menor (< 1,5 cm)
    • Surge em clusters
    • Simétrica
    • Bilateral
  • Localização:
    • Dorso
    • Tórax
    • Extremidades
  • Distribuição “árvore de Natal”
    • Termo utilizado para descrever a aparência da erupção cutânea no dorso
    • Pela orientação das lesões ao longo das linhas de tensão cutâneas (linhas de Langer)
  • Prurido habitualmente presente (grave em 25% dos casos)
  • Frequentemente com resolução espontânea em 6 – 8 semanas:
    • Geralmente provoca poucas alterações cutâneas residuais
    • A hiperpigmentação pós-inflamatória é comum em pacientes com tom de pele escura.

Diagnóstico e Tratamento

Diagnóstico

A pitiríase rósea é um diagnóstico clínico. Se existirem dúvidas no diagnóstico, podem ser realizados os seguintes testes Testes Gonadal Hormones:

  • Biópsia cutânea:
    • Raramente necessária
    • Achados:
      • Infiltrado perivascular superficial (linfócitos e histiócitos)
      • Paraqueratose focal
  • Teste de hidróxido de potássio (KOH) nas áreas descamativas → exclusão de tinea corporis Tinea corporis Dermatophytes/Tinea Infections
  • Teste de reagina plasmática rápido e VDRL VDRL Treponema → exclusão de sífilis secundária

Tratamento

A pitiríase rósea é uma condição autolimitada; assim, geralmente não é necessário qualquer tratamento

  • Geral:
    • Tranquilização
    • Emolientes
  • Tratamento médico:
    • Prurido:
      • Corticosteróides tópicos
      • Anti-histamínicos orais
      • Mentol
    • Sintomas graves:
      • Tratamento com luz ultravioleta

Complicações

  • Em pacientes grávidas (especialmente se ocorrer nas primeiras 15 semanas):
    • Aborto
    • Parto prematuro
    • Hipotonia neonatal
  • As sobreinfeções bacterianas são raras.

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Diagnóstico Diferencial

  • Tinea corporis Tinea corporis Dermatophytes/Tinea Infections: uma infeção fúngica cutânea superficial que pode surgir na face, tronco e extremidades: as lesões de tinea corporis Tinea corporis Dermatophytes/Tinea Infections são caracterizadas por descamação periférica, clareamento central e eritema. A aparência pode ser semelhante à da mancha mãe na pitiríase rósea. O diagnóstico geralmente é clínico, embora seja possível visualizar as hifas fúngicas com um teste de KOH. O tratamento inclui fármacos antifúngicos tópicos ou orais.
  • Tinea versicolor Tinea versicolor A common chronic, noninflammatory and usually symptomless disorder, characterized by the occurrence of multiple macular patches of all sizes and shapes, and varying in pigmentation from fawn-colored to brown. It is seen most frequently in hot, humid, tropical regions and is mostly caused by Malassezia furfur (formerly Pityrosporum orbiculare). Malassezia Fungi: uma infeção fúngica cutânea provocada por Malassezia Malassezia Malassezia is a lipophilic yeast commonly found on the skin surfaces of many animals, including humans. In the presence of certain environments or triggers, this fungus can cause pathologic diseases ranging from superficial skin conditions (tinea versicolor and dermatitis) to invasive disease (e.g., Malassezia folliculitis, catheter-associated fungemia, meningitis, and urinary tract infections). Malassezia Fungi furfur: caracteriza-se por múltiplas manchas descamativas com várias cores (e.g., castanho, salmão, rosa ou branco) que podem surgir no tronco, abdómen, pescoço e rosto. O diagnóstico é clínico e confirmado com teste de KOH, onde é possível visualizar hifas e crescimento fúngico. O tratamento inclui fármacos antifúngicos tópicos ou orais.
  • Sífilis secundária: infeção sexualmente transmitida (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum Treponema pallidum The causative agent of venereal and non-venereal syphilis as well as yaws. Treponema: a sífilis secundária apresenta-se após o estadio primário (cancro duro) com erupção maculopapular Maculopapular Dermatologic Examination (incluindo as palmas das mãos e plantas dos pés), febre e linfadenopatia. As manifestações sistémicas são comuns e não são observadas na pitiríase rósea. O diagnóstico é estabelecido através de testes Testes Gonadal Hormones não treponémicos e treponémicos. A penicilina G é o antibiótico de escolha no tratamento.
  • Psoríase gutata: uma variante da psoríase: a psoríase gutata é uma doença inflamatória cutânea imunomediada. Esta forma de psoríase é caracterizada por pequenas pápulas de cor salmão que parecem gotas de orvalho na pele. O tronco e as extremidades são zonas frequentemente envolvidas. Nenhuma mancha mãe precede esta erupção. O diagnóstico é clínico e o tratamento inclui corticosteróides tópicos, calcitriol Calcitriol The physiologically active form of vitamin d. It is formed primarily in the kidney by enzymatic hydroxylation of 25-hydroxycholecalciferol (calcifediol). Its production is stimulated by low blood calcium levels and parathyroid hormone. Calcitriol increases intestinal absorption of calcium and phosphorus, and in concert with parathyroid hormone increases bone resorption. Parathyroid Glands: Anatomy e fototerapia.
  • Dermatite atópica: uma condição cutânea crónica, recidivante e inflamatória: os pacientes apresentam manchas pruriginosas, eritematosas, espessas e descamativas, que frequentemente atingem as regiões flexoras. Esta distribuição e a cronicidade do quadro ajudam na distinção entre a dermatite atópica e a pitiríase rósea. O diagnóstico é clínico. O tratamento envolve a evicção dos potenciais desencadeantes e o uso de corticosteróides tópicos e tratamento imunossupressor.

Referências

  1. Goldstein AO, Goldstein BG (2025). Pityriasis rosea. In Ofori AO (Ed.), UpToDate. Retrieved April 15, 2025, from https://www.uptodate.com/contents/pityriasis-rosea
  2. Das S (2023). Pityriasis rosea. MSD Manual Professional Version. Retrieved Retrieved April 15, 2025, from https://www.msdmanuals.com/professional/dermatologic-disorders/psoriasis-and-scaling-diseases/pityriasis-rosea
  3. Litchman G, Nair PA, Le JK (2024). Pityriasis rosea. StatPearls. Retrieved April 15, 2025, from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK448091/
  4. Schwartz RA, Janniger CK, Lichenstein R (2022). Pityriasis rosea. In Elston DM (Ed.), Medscape. Retrieved April 15, 2025, from https://emedicine.medscape.com/article/1107532-overview

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