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Fossa Poplítea

A fossa poplítea ou a “fossa do joelho” é uma depressão pouco profunda em forma de diamante, preenchida com gordura, na face posterior da articulação do joelho. A fossa poplítea está localizada na face posterior do joelho e contém um elevado número de gânglios linfáticos, bem como estruturas do sistema neurovascular que viajam da coxa até a perna. Os seus limites são formados por vários músculos da coxa e perna.

Última atualização: Jan 15, 2024

Responsibilidade editorial: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

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Limites da Fossa Poplítea

Fossa poplítea

  • Também conhecido como o “poço do joelho”
  • Depressão em forma de diamante na face posterior da articulação do joelho
  • O análogo da perna da fossa cubital

Limites

A maioria dos limites da fossa poplítea são formados pelos múltiplos músculos da região posterior da coxa e da perna.

Limites Estruturas
Superolateralmente
  • Músculo bicípite femoral
Superomedialmente
  • Músculo semimembranoso
  • Músculo semitendinoso
Inferolateralmente
  • Cabeça lateral do músculo gastrocnémio
  • Músculo plantar
Inferomedialmente
  • Cabeça medial do músculo gastrocnémio
Parede superior
  • Pele
  • Fáscia poplítea (contínua com a fáscia lata superiormente e a fáscia crural inferiormente)
Parede inferior
  • Cápsula da articulação do joelho
  • Fémur distal
  • Tíbia proximal
  • Músculo poplíteo
Os limites da fossa poplítea

Os limites da fossa poplítea

Imagem por BioDigital, editada por Lecturio.

Músculos da região poplítea

Músculo Origem InserçãoInervação Função
Semimembranoso
  • Tuberosidade isquiática
Côndilo tibial medial Nervo tibial
  • Extensão da anca
  • Flexão e rotação interna do joelho
Semitendinoso Superfície Superomedial da tíbia
Bicípite femoral
  • Cabeça longa: tuberosidade isquiática
  • Cabeça curta: linha supracondilar superior e linha áspera
Cabeça da fíbula e côndilo tibial lateral
  • Extensão da anca
  • Flexão e rotação externa do joelho
Gastrocnémio
  • Cabeça lateral: côndilo femoral lateral
  • Cabeça medial: côndilo femoral medial
Ajuda a formar o tendão calcâneo ou de Aquiles, que se insere na face posterior do osso calcâneo
  • Flexão plantar do tornozelo
  • Flexão do joelho
Poplíteo
  • Côndilo femoral lateral
Tíbia, abaixo do côndilo tibial medial
  • Rotação interna da tíbia

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Conteúdo da Fossa Poplítea

A fossa poplítea é a localização de muitos nervos e vasos importantes das extremidades inferiores e é o principal canal para o sistema neurovascular entre a coxa e a perna.

Conteúdo da fossa poplítea

Conteúdo da fossa poplítea

Imagem por BioDigital, editada por Lecturio.

Mnemónica

Para relembrar o conteúdo da fossa poplítea de medial para lateral, lembre-se de “Serve and Volley Next Ball“: 

  • Semimembranoso/ Semimembranoso
  • Artéria
  • Veia
  • Nervo
  • Bicípite femoral

Vasos sanguíneos

Artéria poplítea:

  • Continuação da artéria femoral, que inicia a nível do hiato adutor no músculo adutor magno da coxa
  • A artéria poplítea emite 5 ramos que se anastomosam ao redor da articulação do joelho:
    • Artérias geniculares superiores medial e lateral
    • Artéria genicular média
    • Artérias geniculares medial inferior e lateral
  • É o vaso mais profundo dentro da fossa poplítea
  • Entra no compartimento posterior da perna e bifurca-se nas artérias tibiais anterior e posterior

Veia poplítea:

  • Continuação da veia tibial posterior
  • Torna-se na veia femoral proximalmente à fossa poplítea
  • Entre a artéria poplítea (profundamente) e o nervo tibial (superficialmente)
  • As tributárias da veia poplítea são as veias profundas da perna: as veias tibial posterior e anterior, as veias fibulares comuns e a veia pequena safena (ou veia safena parva).
  • A veia pequena safena entra na fossa através da fáscia poplítea e drena para a veia poplítea entre as 2 cabeças do músculo gastrocnémio.

Inervação

Os principais nervos da fossa poplítea são os 2 ramos do nervo ciático, o maior ramo do plexo lombossacral, que se bifurca no ângulo superior da fossa poplítea nos seguintes:

  1. Nervo tibial:
    • Mais medial e o maior dos 2 ramos
    • Percorre profundamente através da fossa e no compartimento posterior da perna
    • Emite ramos motores para os músculos da região poplítea
    • Emite um ramo cutâneo que se une a um ramo do nervo fibular comum para formar o nervo sural
  2. Nervo fibular comum (fibular):
    • Mais lateral e o menor dos 2 ramos
    • Percorre ao longo da borda medial do músculo bicípite femoral, antes de sair da fossa superficialmente
Inervação da fossa poplítea

Inervação da fossa poplítea

Imagem por BioDigital, editada por Lecturio.

Gânglios linfáticos

  • Existem 6 a 8 gânglios linfáticos na gordura da fossa poplítea.
  • Dividem-se em gânglios poplíteos superficiais e profundos:
    • Grupo superficial: recebem a linfa dos gânglios acompanhantes da veia pequena safena
    • Grupo profundo: recebem a linfa dos gânglios superficiais, da perna e do pé

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Relevância Clínica

Um importante conceito clínico relacionado com as estruturas encontradas na fossa poplítea:

  • Pulso poplíteo: A palpação do pulso da artéria poplítea é geralmente realizada com o joelho em flexão ligeira, o que relaxa a fáscia poplítea e os músculos da região posterior da coxa (semimembranoso, semitendinoso e bicípite femoral). Sente-se melhor o pulso na parte inferior da fossa, mas pode ser difícil de palpar devido à localização profunda da artéria poplítea.

As seguintes patologias encontram-se relacionadas com a fossa poplítea:

  • Quisto poplíteo (quisto de Baker): um quisto sinovial que é a massa mais comum que ocorre no espaço poplíteo. Um quisto poplíteo é um saco cheio de líquido geralmente associado à artrite da articulação do joelho que se desenvolve na bolsa semimembranosa. Um quisto poplíteo pode resolver sem tratamento, mas ocasionalmente exigirá aspiração ou pode romper levando a um edema que se assemelha a trombose venosa profunda.
  • Aneurisma da artéria poplítea: dilatação anormal da artéria poplítea superior a 50% do diâmetro da artéria, que pode levar à compressão do nervo tibial, com diminuição da flexão plantar e parestesias do pé e região posterolateral da perna. O diagnóstico baseia-se na palpação de uma massa pulsátil ou na auscultação de um sopro.
  • Luxação do joelho: geralmente secundária a trauma de alto impacto, como uma queda de altura elevada ou colisão de veículo motorizado. As luxações são mais frequentemente anteriores ou posteriores, dependendo do mecanismo da lesão. O tratamento consiste na redução e avaliação imediata do sistema vascular, especificamente da artéria poplítea. A avaliação vascular inclui exames complementares de diagnóstico e pode incluir exploração cirúrgica. A interrupção do fornecimento sanguíneo pode levar a isquemia aguda, gangrena e até amputação do pé e/ou perna.
  • Lesão do nervo tibial: a luxação posterior da articulação do joelho ou lacerações da região poplítea podem danificar o nervo tibial. A lesão resulta em fraqueza na flexão plantar da região gemelar e nos músculos intrínsecos do pé.

Referências

  1. Drake, R.L., Vogl, A.W., Mitchell, A.W.M. (2014). Gray’s Anatomy for Students (3rd ed.). Philadelphia, PA: Churchill Livingstone.
  2. Chummy, S.S. (2011) Last’s Anatomy (12th ed.). Edinburgh: Churchill Livingstone.

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