Cicatrização de Feridas

A cicatrização de feridas é um processo fisiológico que envolve a reparação dos tecidos em resposta a lesões. Envolve uma complexa interação de vários tipos de células, citocinas e mediadores inflamatórios. O processo geral protege as estruturas subjacentes de danos adicionais. As fases de cicatrização de feridas incluem hemostase, inflamação, granulação e remodelação. Certas doenças como a diabetes Diabetes Diabetes mellitus (DM) is a metabolic disease characterized by hyperglycemia and dysfunction of the regulation of glucose metabolism by insulin. Type 1 DM is diagnosed mostly in children and young adults as the result of autoimmune destruction of β cells in the pancreas and the resulting lack of insulin. Type 2 DM has a significant association with obesity and is characterized by insulin resistance. Diabetes Mellitus, a doença vascular periférica e a desnutrição podem limitar a capacidade do corpo de se curar, resultando assim em complicações.

Last updated: Dec 15, 2025

Editorial responsibility: Stanley Oiseth, Lindsay Jones, Evelin Maza

Fases da Reparação de Feridas

Existem 3 fases principais de cicatrização de feridas:

  1. Fase exsudativa (dia 1-4)
    • Hemostase: limita a perda de sangue da ferida por vasoconstrição. Há uma libertação de mediadores inflamatórios (fatores de crescimento, quimocinas e citocinas) através da ativação de plaquetas.
    • Inflamação: limpa os resíduos celulares através da fagocitose. Existe uma migração de células inflamatórias que facilita a regeneração dos tecidos (através de fatores de crescimento).
  2. Fase proliferativa (dia 2-16)
    • Granulação: estabelece a matriz para a formação de novo tecido conjuntivo e vasculatura
      • O fator de crescimento de fibroblastos e o fator de crescimento endotelial vascular promovem a proliferação celular e a angiogénese, respetivamente.
  3. Fase de remodelação (dia 5-25): modifica o conteúdo da ferida para aumentar a sua resistência à tração
    • Pode durar anos após uma lesão
    • Apoptose de células em excesso
    • Degradação e alinhamento das fibras de colagénio
Cronologia da cicatrização de feridas

Cronologia da cicatrização de feridas

Imagem: “Timeline of Wound Healing” por Wikimedia Commons. Licença: Public Domain Files
Cronologia e fases da cicatrização de feridas
Dia 1
  • Coágulo de fibrina ( hematoma Hematoma A collection of blood outside the blood vessels. Hematoma can be localized in an organ, space, or tissue. Intussusception)
  • Os neutrófilos infiltram-se
Dia 2
  • As células escamosas selam a ferida
  • Os macrófagos migram para a ferida
Dia 3
  • O tecido de granulação começa a formar-se
  • Deposição inicial de colagénio tipo III
  • Os macrófagos substituem os neutrófilos
Dias 4-6
  • Pico de formação de tecido de granulação
  • Fibronectina (glicoproteína chave; utilizada pelas células cancerígenas para metastização)
Semana 2
  • Resistência à tração ~10%
Mês 1
  • Remodelação da ferida (colagenase/lisil oxidase Oxidase Neisseria)
  • Resistência à tração de aproximadamente 80% em 3 meses (nunca se atinge 100% de resistência à tração após uma lesão)

Tipos de Cicatrização de Feridas

Regeneração vs. reparação

  • A regeneração (epitelização) é o processo de reposição do estado original do local da lesão.
    • Isto é visto na reepitelização após pequenas lacerações.
  • A reparação (ou reparação do tecido, uma forma de cicatrização da ferida) é o processo de geração de uma cicatriz ou tecido menos funcional com uma forma e/ou composição diferente da do tecido original.
    • Não restaura a funcionalidade completa

Três tipos de reparação

  1. Primeira intenção: quando os bordos da superfície do tecido tiverem sido aproximados
    • Defeito pequeno com pouco risco de complicações e/ou infeção
  2. Segunda intenção: quando há perda significativa de tecido e a superfície da ferida não pode ser reaproximada (por exemplo, lacerações, queimaduras e úlceras)
    • É necessário tecido de granulação (constituído por células de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos jovens em crescimento) para fechar o defeito → A formação de cicatriz ocorre com maior risco de infeção
  3. Terceira intenção ou primeira intenção atrasada: quando há necessidade de atrasar o encerramento de uma ferida (devido ao risco de contaminação, má circulação, etc ETC The electron transport chain (ETC) sends electrons through a series of proteins, which generate an electrochemical proton gradient that produces energy in the form of adenosine triphosphate (ATP). Electron Transport Chain (ETC).)
Cicatrização de feridas

Processos de cicatrização de feridas por primeira, segunda e terceira intenção

Imagem por Lecturio.

Complicações e Alterações da Cicatrização de Feridas

Complicações na cicatrização de feridas

  • Cicatrizes hipertróficas
    • Confinadas aos bordos da ferida
    • Comuns em indivíduos jovens e particularmente prevalente em melanodérmicos
    • Comum após queimaduras
    • Ocorre quando há produção de excesso de colagénio imaturo durante a fase de reparação da cicatrização
    • Normalmente não requer tratamento e resolve espontaneamente
    • Aumento da proporção de colagénio tipo III quando comparado com o tipo I
  • Queloides
    • Estendem-se para além dos bordos da ferida
    • Mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome comum em melanodérmicos
    • Visto em doentes que participam em desportos de contacto (por exemplo, boxe, futebol) e nos que têm piercings
    • Ocorre quando há produção excessiva de colagénio durante a fase de reparação da cicatrização
    • Especialmente prevalente no lóbulo da orelha e no esterno
    • Permanece anos após a lesão e pode precisar de intervenção (excisão, injeção de esteroides, radioterapia, etc ETC The electron transport chain (ETC) sends electrons through a series of proteins, which generate an electrochemical proton gradient that produces energy in the form of adenosine triphosphate (ATP). Electron Transport Chain (ETC).)
  • Hiper/hipopigmentação
    • Hiperpigmentação pós-inflamatória
      • Também denominada melanose adquirida
      • Pigmentação temporária que se segue à lesão ou inflamação da pele
      • Mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome comum em melanodérmicos
      • Lesões mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome graves resultam em hipopigmentação pós-inflamatória que geralmente é permanente
      • Patogénese: A inflamação e a lesão estimulam os melanócitos a aumentar a síntese de melanina e a transferir o pigmento para os queratinócitos
      • Características clínicas:
    • Hiperpigmentação
      • Pode ser vista com enxertos de pele após queimaduras
      • As doenças de pigmentação são comuns entre os doentes melanodérmicos com queimaduras, em particular os africanos e os asiáticos.
        • Caracterizada pela hiperpigmentação em indivíduos melanodérmicos e hipopigmentação em indivíduos leucodérmicos
        • Deve-se frequentemente a fatores genéticos, bem como ambientais.
    • Hipopigmentação
      • Comum em feridas profundas quando os melanócitos são a única célula remanescente na ferida.
      • Os melanócitos atuam como células tronco para cicatrizar a ferida (são convertidos em células epiteliais) e por isso não conseguem desempenhar o seu papel de pigmentação da pele
  • Hérnias incisionais: risco aumentado em doentes obesos e doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica
  • Deiscência de feridas: risco aumentado em pacientes que tomam corticosteroides ou outros fármacos que inibem as fases de cicatrização de feridas
  • Contraturas: em queimaduras e feridas nas articulações

Fatores relacionados com o doente que afetam negativamente a cicatrização de feridas

  • Infeção: As bactérias degradam os blocos de construção da cicatrização das feridas.
  • Diabetes Diabetes Diabetes mellitus (DM) is a metabolic disease characterized by hyperglycemia and dysfunction of the regulation of glucose metabolism by insulin. Type 1 DM is diagnosed mostly in children and young adults as the result of autoimmune destruction of β cells in the pancreas and the resulting lack of insulin. Type 2 DM has a significant association with obesity and is characterized by insulin resistance. Diabetes Mellitus: A diminuição do fluxo sanguíneo e o excesso de glicose no soro previnem a migração de células inflamatórias para a ferida.
    • A síndrome do pé diabético é frequentemente uma manifestação primária de problemas de cicatrização de feridas em diabéticos: a ulceração do pé (distalmente ao tornozelo e incluindo o tornozelo) está associada a neuropatia e a diferentes graus de isquemia e infeção.
  • Desnutrição: A insuficiência de proteínas leva a um estado imunodeficiente relativo.
  • Défice de vitamina C (cofator para hidroxilases) → impede a reticulação do colagénio
  • Défices de zinco (cofator para colagenase) e de cobre (cofator para lisil oxidase Oxidase Neisseria): impedem a remodelação e o amadurecimento do colagénio
  • Uso de corticosteroides/glucocorticoides: inibe a fase inflamatória da cicatrização de feridas
  • Fatores genéticos: doenças do tecido conjuntivo (síndrome de Ehlers-Danlos: várias mutações no colagénio e nas proteínas de ligação ao colagénio, a mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome comum é o colagénio tipo III; síndrome de Marfan: mutação do gene Gene A category of nucleic acid sequences that function as units of heredity and which code for the basic instructions for the development, reproduction, and maintenance of organisms. Basic Terms of Genetics da fibrilina-1)
  • Cor da pele: Os indivíduos melanodérmicos tendem a ser mais MAIS Androgen Insensitivity Syndrome propensos à formação de queloides.
    • Podem ocorrer distúrbios da pigmentação pós-lesão, levando a hiper ou a hipopigmentação.

Relevância Clínica

  • A síndrome de Ehlers-Danlos é um défice de colagénio do tipo III ou V. Os pacientes com esta doença irão apresentar pele hiperextensível com frequência.
  • Osteogenesis imperfecta Osteogenesis imperfecta Osteogenesis imperfecta (OI), or “brittle bone disease,” is a rare genetic connective tissue disorder characterized by severe bone fragility. Although OI is considered a single disease, OI includes over 16 genotypes and clinical phenotypes with differing symptom severity. Osteogenesis Imperfecta é um défice de colagénio do tipo I. Os pacientes com esta doença apresentam frequentemente fraturas múltiplas e esclera azul.

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