Sistema Arterial Carotídeo

Artéria Carótida Comum

A artéria carótida comum tem origens diferentes em ambos os lados do corpo:

• Esquerda: A artéria carótida comum esquerda origina-se diretamente do arco aórtico.
• Direita: O tronco/artéria braquiocefálica (1º ramo do arco aórtico) bifurca-se atrás da articulação esternoclavicular em:
  • Artéria carótida comum direita
  • Artéria subclávia direita

A artéria carótida comum bifurca-se ao nível da cartilagem tiroideia (vértebra C4) em:

• Artéria carótida externa
• Artéria carótida interna

Corpo carotídeo:

• Aglomerado oval de quimiorrecetores posterior à bifurcação
• Funciona como um sensor para níveis de PO ₂ e alterações do pH no sangue
• Altera a frequência e o volume da respiração
• Inervado pelo ramo carotídeo do nervo glossofaríngeo

Seio carotídeo:

• Dilatação na base da artéria carótida interna
• Barorrecetor: transmite informações sobre a pressão arterial ao hipotálamo
• Inervado pelo ramo carotídeo do nervo glossofaríngeo

Artéria Carótida Externa

A artéria carótida externa irriga as seguintes estruturas:

• Estruturas superficiais do pescoço
• Face
• Mandíbula
• Couro cabeludo
• Meninges

Origem

Superficial, dentro do triângulo carotídeo, e ao nível da cartilagem tiroideia (C4)

Oito ramos principais

1. Artéria tiroideia superior
2. Artéria faríngea ascendente
3. Artéria lingual
4. Artéria facial
5. Artéria occipital
6. Artéria auricular posterior
7. Artéria maxilar
8. Artéria temporal superficial

Para ajudar a lembrar os 8 ramos principais, use o seguinte mnemónica: “Some Anatomists Like Freaking Out Poor Medical Students”.

• Artéria tiroideia Superior
• Artéria faríngea Ascendente
• Artéria Lingual
• Artéria Facial
• Artéria Occipital
• Artéria auricular Posterior
• Artéria Maxilar
• Artéria temporal Superficial

Relações

• Anterior:
  • Pele
  • Fáscia superficial
  • Músculo platisma
  • Fáscia profunda
  • Margem anterior do músculo esternocleidomastoideu
• Posterior: nervo laríngeo superior
• Medial:
  • Osso hioide
  • Faringe
  • Nervo laríngeo superior
  • Glândula parótida
• Lateral: artéria carótida interna

Artéria Carótida Interna

A artéria carótida interna irriga as seguintes estruturas:

• Lobo frontal
• Lobo parietal
• Lobo temporal
• Diencéfalo
• Olhos
• Partes dos seios paranasais (artéria oftálmica)
• Contribui para o círculo de Willis no sistema cerebrovascular

Localização

• Origina-se dentro do triângulo carotídeo ao nível da cartilagem tiroideia (C4)
• Ascende e entra no crânio através do canal carotídeo (osso temporal)
• Termina com as artérias cerebrais média e anterior

Segmentos

A artéria carótida interna é dividida em segmentos:

• Divisão moderna:
  • Parte cervical: sem ramos
  • Parte petrosa
  • Parte cavernosa: refere-se ao seio cavernoso
  • Parte intracraniana
• Classificação de Cincinnati:
  • Cervical
  • Petroso
  • Lacerum
  • Cavernoso
  • Clinoide
  • Oftálmico (supraclinoide)
  • Segmentos de comunicação (terminais)

Mnemónica: “C‘mon Please Learn the Carotid Clinical Organizing Classification”

• Cervical
• Petroso
• Lacerum
• Cavernoso
• Clinoide
• Oftálmico
• Comunicante

Relevância Clínica

• Estenose da artéria carótida: estreitamento do lúmen das artérias carótidas devido à deposição de gordura e colesterol. A estenose da artéria carótida ocorre em doentes com hipercolesterolemia e aterosclerose e é um fator de risco primário para acidente vascular cerebral isquémico. A estenose da artéria carótida pode ser tratada com fármacos antiplaquetários ou revascularização cirúrgica em casos graves.
• Disseção das artérias carótidas e vertebrais: separação da túnica média e túnica íntima da artéria carótida. A disseção geralmente apresenta-se com o início súbito de cefaleia severa e dor no pescoço. Podem ocorrer défices neurológicos focais secundariamente à estenose da artéria carótida ou formação de trombo.
• Arterite temporal superficial: inflamação da artéria temporal superficial. A arterite temporal superficial resulta numa cefaleia forte latejante no lado afetado da cabeça com sensibilidade no couro cabeludo sobrejacente. A arterite temporal é tipicamente tratada com AINEs ou corticoides. Se não tratada, a arterite temporal pode resultar em cegueira.